quarta-feira, 9 de março de 2011

Entre Cabaças & Porongos

Já ouvi dizer - nunca experimentei - mas para quem gosta de um toque amargo como tempero na comida, tem que saborear o refogado de cabaça. A iguaria apreciada, na rica cozinha mineira, dá trabalho. Utilizando-se da casca da cabaça ainda verde, corta-se em pedacinhos e se deixa em molho por 24 horas, trocando a água pelo menos de 4 em 4 horas para diminuir o amargor. Depois, é só refogar com alho e sal a gosto.
Mas, não é devido a esta especiaria que a Lagenaria siceraria se transformou em uma das mais importantes aliadas da humanidade. Esteve presente em todas as culturas humanas e, ainda hoje, permanece sendo utilizada no dia-a-dia de pessoas que vivem em sociedades de baixa tecnologia. E se você pensa que o seu uso foi abandonado nas sociedades modernas, então se enganou. Ela continua sendo usada em diversos aplicativos.
Cabaça ou porongo é a designação comum dos frutos de plantas da família das cucurbitáceas, que reúne cerca de 750 espécies, entre as quais, várias domésticas e de grande importância para os seres humanos tais como abóbora, abobrinha, bucha, melancia, melão, pepino etc.

Ninguém pode afirmar com certeza a origem desta trepadeira herbácea. Alguns pesquisadores consideram a hipótese de que por ser uma fruta flutuante, com formato lacrado, suas sementes intactas se difundiram por todo o planeta. através de rios e correntes oceânicas desde épocas remotas.

Ao longo do tempo a sua utilização, pelas mais diversas culturas, foi se adequando para vários fins, entre eles:

  • Vasilha: para uso em refeições, como cuias ou copos. Nas regiões do sul do Brasil é também utilizado na confecção de cuias de chimarrão;
  • Moringa: para transporte de líquidos, normalmente, água para se beber durante uma viagem;
  • Cisterna: para armazenamento de líquidos em regiões secas ou que não dispõem de outros meios;
  • Instrumentos musicais como: abê, afochê, berimbau, chocalho, kalimba, maraca, sequerê ou xequerê, entre outros mais elaborados como o balafon (precursor do xilofone) e o kora, uma espécie de harpa com 21 cordas, exclusiva da África Ocidental.
  • Artesanato: como porta-objetos, brinquedos, bonecas etc.
  • Decoração: as mais diversas aplicações desde murais até, mais recentemente, na forma de lustre e abajur.

 Foram plantadas diversas cabaças nos meses de setembro/outubro, época de seca em Goiás, com irrigação por gotejamento. A germinação e o nascimento das plantas se deram normais, apesar de se notar um desenvolvimento foliar abaixo do normal em relação àquelas plantadas no início das águas. Os frutos da mesma planta nasceram, alguns pequenos e outros mais desenvolvidos. Quando se iniciou as águas observou-se que os frutos que estiveram expostos às chuvas começaram a apodrecer e murchar, já aqueles que estavam protegidos por outras plantas ou embaixo das próprias folhas do cabaçal mantiveram seu crescimento normal sem apodrecer ou murchar.
No sítio nasceram também diversas plantas de cabaças, naturalmente, no início de dezembro para o final. Só agora no final de janeiro/início de fevereiro é que os frutos começaram a aparecer. As folhas do cabaçal encontram-se grandes e viçosas, muito lindas. No ano passado o mesmo cabaçal produziu, também naturalmente, sem interferência humana, centenas de cabaças sem praticamente perder nenhum.
CONCLUSÃO: Observa-se que as folhas do cabaçal necessitam de muita água, já os frutos (as cabaças propriamente) não podem estar expostas demasiadamente às chuvas.
Outras pesquisas práticas serão feitas ao longo do tempo e os resultados estarão aqui para aqueles que também não tem muita experiência com o seu plantio.
 
Todas as trocas de informações e experiências com relação ao plantio da cabaça/porongo serão muito bem aceitas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Plantei aqui em minha região um tipo de cabaça chamada abobora dágua e outra chamada de chuchu baiano conhece??????